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11 de julho de 2014

Frio aumenta o risco da pré-eclâmpsia


As gestantes têm um bom motivo para ficar de olho na pressão arterial — em especial nesta época do ano. A chegada do frio aumenta o risco de desenvolver pré-eclampsia, uma doença que eleva a pressão. Isso acontece porque, com a temperatura mais baixa, os vasos sanguíneos se contraem para conservar o calor no corpo e, com isso, é comum o aumento da pressão arterial.

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Conversamos com três especialistas para entender melhor a síndrome, saber como evitá-la e, claro, passar o inverno tranquila.

O que é pré-eclampsia?

“Pré-eclampsia é o surgimento de hipertensão arterial e proteinúria após a 20ª semana de gestação. Considera-se hipertensão a pressão sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou a pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg”, explica Mario Macoto, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo.

A pré-eclampsia é comum?

“O problema pode ocorrer em 5 a 10% das gestantes, principalmente quando existe antecedentes familiares (mãe ou irmãs), nas adolescentes, na primeira gravidez, nos casos de gravidez múltipla, nas mulheres diabéticas, naquelas com hipertensão arterial antes da gravidez, doenças renais, doenças imunológicas (Lúpus, e outras doenças de origem reumatológicas)”, explica Waldemir Rezende, ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O que causa a pré-eclampsia?

“A causa permanece desconhecida. Acredita-se que a gestação é uma ‘agressão’ ao nosso organismo, quando observamos a vasoconstrição e elevação da resistência periférica, tendo alteração da permeabilidade dos vasos e ativação do sistema de coagulação. Com tudo isso, há uma redução da oxigenação dos tecidos, os rins sofrem alterações estruturais, podendo chegar até a falência”, esclarece Daniela Lisboa, ginecologista obstetra do Hospital São Luis, em São Paulo.

Quais os riscos para a mãe e para o bebê?

“A doença representa uma condição com maior sensibilidade a substâncias liberadas pelos vasos sanguíneos da placenta. Nessa situação, ocorre contração exagerada dos vasos sanguíneos (vasoconstrição). Esse fenômeno (artérias contraídas exageradamente) provoca elevação progressiva da pressão arterial da gestante, principalmente após a vigésima semana, altera as funções dos rins, ocasionando perda de proteínas pela urina e retenção de líquidos pela gestante. Esse aumento da pressão arterial, perda de proteínas na urina e retenção de líquidos, na ausência de cuidados médicos, pode provocar lesão no fígado, acúmulo de líquidos nos pulmões e cérebro, com risco de convulsão. O bebê sofre as consequências da redução no fornecimento de oxigênio e nutrientes pela placenta que ‘envelhece’ precocemente. Como resultado disso, o crescimento do bebê é inferior ao desejado, o líquido amniótico fica reduzido, a circulação cerebral do feto se altera e obriga a antecipação do parto, resultando em um recém-nascido prematuro, por vezes com menos de 7 meses (28 semanas)”, alerta Rezende, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O que a pré-eclampsia tem a ver com o frio?

“Existem estudos epidemiológicos que sugerem a maior incidência de pré-eclampsia no inverno. Fatores ambientais, como a umidade e a baixa temperatura, causariam alteração nos vasos sanguíneos ou a produção de substâncias vasoativas podem ter um papel no mecanismo causal da doença, que ainda é desconhecido”, esclarece Mario Macoto, do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo.

Como evitar a pré-eclampsia?

“Deve ser feito um pré-natal rigoroso e atento aos fatores de risco, pois o importante é o diagnóstico precoce da doença. Infelizmente, não existe um método para evitar a pré-eclampsia, por isso deve-se planejar a gestação, praticar exercícios físicos, dieta saudável e seguir as orientações do médico que acompanha o pré-natal”, indica Daniela, do Hospital São Luis, em São Paulo.

“Havendo os fatores relacionados com a predisposição individual, mencionados anteriormente, uma dieta rica em cálcio (verduras escuras, leite e derivados), uso de antioxidantes (Omega 3 – salmão, sardinha), mantendo o controle rigoroso da pressão arterial, uso de medicamentos — a critério do obstetra — e controle da circulação placentária (ultrassonografia com dopller), poderemos manter a pressão arterial sob controle e evitar a eclampsia (convulsão da gestante) ou agravamento do quadro com risco de complicações maternas”, acrescenta Rezende, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

 

Fique de olho nestes sintomas e converse com o seu médico:

Inchaço, principalmente de mãos e rosto
Ganho súbito de peso
Dor de cabeça
Distúrbio visual
Dor de estômago
Desconforto respiratório
Mal estar

 Fonte: bebe.abril.com.br

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